quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Milho, Feijão e Abóbora


Plantio é conhecido como Milpa ou Três Irmãs

Milpa, um sistema agrícola tradicional mesoamericano que combina três cultivos principais: milho, feijão e abóbora. Este sistema se baseia na relação simbiótica entre essas plantas, maximizando os recursos do solo e minimizando o impacto ambiental.


➡️ Interação e funcionalidade da Milpa:

🌽 Milho: Serve como suporte estrutural, já que seu caule alto permite que as trepadeiras do feijão subam em direção à luz solar.

🫘 Feijão: Enriquece o solo ao fixar nitrogênio, um nutriente essencial para o crescimento das plantas. Além disso, ao se apoiar no milho, otimiza o uso do espaço vertical.

🎃 Abóbora: Suas folhas largas cobrem o solo, reduzindo a evaporação da água, controlando ervas daninhas e protegendo o solo contra a erosão.



➡️ Processo de implantação da Milpa:

✅ Seleção do terreno: Escolhe-se uma área com solo fértil e boa exposição ao sol. Tradicionalmente, realiza-se um leve desmatamento caso o local esteja coberto por vegetação.

✅ Preparação do solo: Limpa-se e afrouxa-se o terreno manualmente ou com ferramentas simples, preservando a matéria orgânica superficial.

✅ Plantio:

Primeiro planta-se o milho 🌽, pois ele precisa de mais tempo para germinar e crescer.

Quando o milho atinge cerca de 20 cm de altura, planta-se o feijão 🫘 ao redor das plantas de milho, para que usem o caule como suporte.

Por último, planta-se a abóbora 🎃 entre as fileiras de milho e feijão, cobrindo bem o solo.

✅ Manutenção: O controle de ervas daninhas e pragas é mínimo, pois a biodiversidade do sistema ajuda a manter o equilíbrio natural. Monitora-se a umidade do solo e, se necessário, aplica-se irrigação.


Este sistema não só é eficiente no uso de recursos, mas também reflete o profundo conhecimento ecológico das culturas indígenas mesoamericanas. O plantio de espécies diferentes no mesmo espaço permite que as plantas se ajudem e se defendam juntas, uma estratégia pré-colombiana de mais de 5 mil anos.

sábado, 21 de dezembro de 2024

Flor Estrela de Natal

Euphorbia pulcherrima


As poinsétias, também conhecidas como estrelas-do-Natal, são incapazes de passar despercebidas a qualquer pessoa. A sua cor, graciosidade e beleza fazem com estas sejam as plantas mais populares nas decorações de Natal.

Nome científico é Euphorbia pulcherrima, que significa “a mais bela das Euphorbias.” Este arbusto muito procurado para espaços interiores também pode ser plantado no jardim, em locais abrigados e não sujeitos a geada.


Características

Originário da América Central, este arbusto tropical tem vindo a ser melhorado geneticamente, dando origem a diferentes cultivares que se diferenciam quanto à forma, cor e textura. As poinsétias mais vulgares são as vermelhas tradicionais, mas também encontrará nos centros de jardinagem plantas de cor branca, cor-de-rosa ou fúcsia. A cor da planta não é dada pelas flores, mas sim pelas brácteas. Brácteas são estruturas foliáceas associadas às inflorescências cuja função é a proteção das flores.


Plantio

As poinsétias são plantas mais indicadas para o interior. Devem estar num local com muita luz, preferencialmente numa divisão virada a sul e perto de uma janela. No interior, procure evitar que a planta esteja perto de uma fonte de calor, lareira ou aquecedor, para não desidratar. Se desejar plantar no exterior, deve procurar as zonas mais soalheiras e quentes do jardim ou terraço e ter em conta que este arbusto pode chegar aos 2-3 metros de altura. Já é possível encontrar variedades mais resistentes para plantar no jardim.


Manejo

Para garantir uma planta bonita durante vários meses, deve saber gerir muito bem a quantidade de rega. O substrato não deve estar encharcado e muito menos manter água no fundo do vaso ou do prato. As regas podem ser espaçadas de modo a permitir que o substrato seque à superfície. Não conseguimos definir uma periodicidade certa para a rega, porque depende das condições de cada local, mas normalmente uma vez por semana será suficiente. Quando plantados no jardim, devemos ter o cuidado de regar os arbustos diretamente no pé para evitar molhar e danificar as brácteas, preferindo rega gota a gota a rega por aspersão. 

Depois de terminar a floração, na primavera, pode podar drasticamente a sua poinsétia, fertilizá-la e regá-la regularmente, manter num local soalheiro e esperar por nova rebentação. No outono, surgirão de novo as primeiras brácteas coloridas.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Nova espécie de bromélia é descoberta

Foto: Gabriel Sabino

Tillandsia uiraretama

Pesquisadores brasileiros identificaram uma nova espécie de bromélia endêmica, a Tillandsia uiraretama, no Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, localizado no litoral norte do estado de São Paulo, no município de São Sebastião. A Ilha de Alcatrazes abriga mais de 1300 espécies, sendo 100 delas ameaçadas de extinção. A área também é conhecida por ser um importante local de alimentação, reprodução e descanso para mais de 10 mil aves marinhas. 

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Gabriel Pavan Sabino, Marcio de Melo Leodegario, Gabriel Mendes Marcusso, Nathan Miranda Gazineu David, Ingrid Koch, Danilo Ulbrich Tavares e Fábio Pinheiro, que destacaram a relevância da espécie para a compreensão e preservação de unidades de conservação. 

A Tillandsia uiraretama é uma planta rupícola, que cresce em superfícies rochosas sob luz solar intensa e se nutre de micropartículas trazidas pelo ar e pela água. Suas flores lilás, com inflorescências de até 7,5 cm, foram analisadas e descritas em detalhe no estudo publicado na revista Phytotaxa. 

Foto: Gabriel Marcusso

"Em ilhas, os organismos ficam isolados do continente, o que favorece o processo evolutivo que diferencia as espécies. Costumamos brincar que a Ilha dos Alcatrazes é uma 'ilha de uma ilha', pois, mesmo durante os períodos glaciais, quando houve conectividade terrestre com o continente, há cerca de 15 mil anos, o ambiente rochoso de Alcatrazes era tão distinto do entorno que, ainda assim, havia isolamento entre as espécies que ali viviam", explicou o biólogo Gabriel Pavan Sabino. 

“Essas características ambientais únicas de Alcatrazes reforçam ainda mais o isolamento. Certamente, ainda há espécies desconhecidas pela ciência esperando para serem estudadas, com potencial de contribuir para os mais diversos ramos do conhecimento científico.” 

Foto: Gabriel Sabino

Por que a escolha do nome Tillandsia uiraretama

O nome "uiraretama" foi escolhido para a espécie por ser a forma latinizada de "wyrá r-etá-ma", ou "local das aves". Essa era a denominação dada pelos Tupinambás à ilha, devido às grandes colônias de aves marinhas que habitam o local. 

A distribuição restrita à ilha torna a Tillandsia uiraretama vulnerável às mudanças climáticas. Eventos históricos, como incêndios causados por atividades humanas, e a invasão de espécies exóticas ameaçam a integridade do ecossistema local. Além disso, o aumento do nível do mar representa um risco adicional para as populações que crescem próximas à linha d’água. 

Com um status preliminar de "vulnerável" na Lista Vermelha da IUCN, espera-se que a divulgação da descoberta mobilize esforços para proteger a Ilha dos Alcatrazes e suas espécies únicas.


Acesse a publicação do artigo científico na revista Phytotaxa

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Mariposa Bruxa

Ascalapha odorata

Foto: @rodrigoaracno

A mariposa Ascalapha odorata, popularmente conhecida como "Bruxa". Ascalapha odorata é a única espécie de mariposa pertencente ao gênero Ascalapha, da família Arctiidae.

Pode em sua fase larval ser considerada uma praga, alimentando-se de plantas como ingá e leguminosas.

Raramente tem cores mais vivas, com tonalidades que variam do marrom ao preto. Entretanto, a depender do ângulo da iluminação, se percebem iridescências de cores púrpura, rosa e verde em suas asas, cujas dimensões podem alcançar os 15 cm.


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