Dicas de manejo e comercialização deste peixe nativo da Amazônia.
Presente na lista de animais ameaçados de extinção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o pirarucu tem seu manejo sob orientação da entidade.
Um dos maiores peixes de águas doces fluviais e lacustres do Brasil, o pirarucu pode atingir dois metros e meio e seu peso pode ir até 80 kg. É um peixe que é encontrado geralmente na bacia Amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas.
Pelas vantagens comerciais, o pirarucu tornou-se presa cobiçada pela pesca predatória, sendo a criação em cativeiro uma alternativa para manter os estoques da espécie.
Porém, antes de iniciar a criação de pirarucu em regiões fora da Amazônia, o produtor precisa consultar o órgão ambiental de seu Estado sobre a permissão para a atividade.
DADOS:
- CRIAÇÃO MÍNIMA: 300 peixes
- CUSTO: em geral, o preço dos juvenis é de R$ 1 por centímetro de peixe (Podendo variar por região)
- RETORNO: um ano para criações com tanques escavados
- REPRODUÇÃO: a produção de cada ninhada varia de 3 mil a 10 mil alevinos
COMEÇANDO A CRIAÇÃO:
- INÍCIO Compre juvenis de pirarucu com outros produtores que tenham recomendação e experiência na atividade. É importante que os peixes sejam oriundos de uma boa linhagem para assegurar a qualidade da produção e dos descendentes. Comece com 300 juvenis de 10 a 20 centímetros treinados para consumir ração.
- AMBIENTE A água deve ser clara, com pouca quantidade de sedimentos e ligeiramente alcalina. A espécie gosta de viver em água calma e com temperatura que se mantém na faixa de 24 a 37 ºC. Evite que hajam oscilações bruscas e dê preferência para o ambiente mais quente.
- ESTRUTURA O sistema de produção mais utilizado para criação de pirarucu é o de tanque escavado com fundo de terra. O abastecimento de água pode ser feito por meio de um canal e um tubo de PVC e a vazão regulada por meio de um monge instalado dentro do tanque. Contudo, muitos trabalhos têm sido desenvolvidos para o cultivo em tanque-rede.
- ENGORDA Quando os peixes atingirem 1 quilo, devem ser transferidos para o tanque de engorda, no qual a densidade deve ser de um indivíduo por 10 metros quadrados. O período de engorda leva um ano, com produção de 15 toneladas por hectare.
- ALIMENTAÇÃO Há duas opções de dieta para o pirarucu de cativeiro. Se a escolha for pela alimentação natural, com o consumo de lambaris, tilápias e espécies forrageiras, os juvenis devem ser separados dos pais quando atingirem 40 gramas. Na adoção de arraçoamento, considerada a melhor alternativa, a partir de 1,5 a 2 gramas os juvenis já podem ser transferidos para um local específico para começar o condicionamento alimentar. São treinados para comer ração durante seis dias, com seis refeições diárias. Mas o processo pode demorar mais.
- REPRODUÇÃO Em cativeiro, o pirarucu demora de quatro a cinco anos para chegar à idade adulta e reprodutiva, com peso entre 40 e 45 quilos. No período de reprodução, é possível distinguir o macho, que tem coloração avermelhada, da fêmea, cuja pele fica com um tom mais acastanhado. Após chuvas intensas, ocorrem em águas paradas as desovas, em ninhos preparados e defendidos pelos machos, que ainda protegem os filhotes nos primeiros meses de vida. A cada ninhada, a produção pode oscilar de 3 mil a 10 mil alevinos.
Uma publicação da Embrapa trata do assunto: é o livro “Piscicultura do Pirarucu”, que fala da produção e da comercialização do peixe.