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domingo, 9 de novembro de 2025

Megacidade de aranhas é descoberta

Imagem ilustrativa (IA)

Cientistas descobriram a maior teia de aranha já registrada, com 106 m², localizada em uma caverna entre a Albânia e a Grécia. O local abriga mais de 111 mil aranhas de duas espécies que, surpreendentemente, convivem em harmonia. A caverna, que sobrevive sem luz solar, forma um ecossistema próprio, sustentado por bactérias que se alimentam de gases de enxofre. Os pesquisadores classificaram a descoberta como uma verdadeira “megacidade subterrânea de aranhas”.



  • A enorme colônia foi descoberta em Sulfur Cave (caverna de enxofre na fronteira entre Albânia e Grécia).

  • A teia de aranha ocupa aproximadamente 100 a 106 m² de superfície da parede da caverna.

  • Estima-se que cerca de 111.000 aranhas vivam nessa colônia: mais ou menos 69.000 da espécie Tegenaria domestica (aranha-teia-funil doméstica) e cerca de 42.000 da espécie Prinerigone vagans (aranha-teia-folha).

  • É o primeiro caso documentado em que essas duas espécies — normalmente solitárias — formam uma colônia conjunta em larga escala.

  • O ambiente é extremo: escuro, com altos níveis de gás sulfídrico (H₂S) e sem luz solar direta. A colônia prospera porque está alimentada por um ecossistema baseado em microrganismos que oxidam enxofre, midges (moscas não-picantes) que se alimentam desses microrganismos, e as aranhas que se alimentam desses midges.

  • Testes de DNA mostram que as populações de aranhas nessa caverna se tornaram geneticamente distintas das populações de superfície da mesma espécie — sugerindo isolamento evolutivo ou adaptação ao ambiente subterrâneo.



🕷️Por que isso é interessante

  • Desafia a noção de que certas aranhas são sempre solitárias: aqui, duas espécies encontraram um “modo de vida coletivo”.

  • Mostra como em ambientes extremos — onde a vida depende de químiossíntese (em vez de fotossíntese) — surgem ecossistemas surpreendentes.

  • Ajuda a entender adaptação evolutiva, isolamento genético e mudanças de comportamento em condições ambientais únicas.

  • Pode estimular pesquisas adicionais sobre biodiversidade subterrânea, ecossistemas de caverna e conservação de habitats pouco estudados.

Tegenaria domestica

🕷️Limitações e o que ainda não sabemos

  • A estimativa de número de aranhas e área da teia é uma extrapolação; nem todos os indivíduos foram contados um-a-um.

  • A razão exata para a cooperação entre as espécies (por que toleram convivência) ainda requer investigação. A hipótese principal é a falta de luz, o que reduz a agressão ou competição visual.

  • O acesso humano ao local é limitado (devido aos gases tóxicos e ambiente hostil), o que dificulta estudo contínuo ou monitoramento a longo prazo.

  • Ainda se desconhece a longevidade da colônia, sua história, e se é estável ou transitória.



🕷️ E como se conta tudo isso?

Os cientistas usaram métodos indiretos de estimativa populacional, parecidos com os usados em ecologia de cavernas e estudos de colônias de insetos ou morcegos.
Vamos detalhar o processo:


🕷️ 1. Amostragem por quadrantes

Os pesquisadores dividiram a área total da teia (cerca de 100 m²) em pequenos quadrantes — normalmente de 0,25 a 1 m².
Em cada quadrante, contaram cuidadosamente todas as aranhas visíveis, diferenciando entre espécies, tamanhos e estágios (adultas, juvenis, filhotes).
Depois calcularam a densidade média de aranhas por metro quadrado, e multiplicaram pela área total da teia.

Exemplo: se encontraram em média 1.100 aranhas por m², multiplicando por 100 m² = 110.000 aranhas (aproximadamente).


🔬 2. Contagem fotográfica e mapeamento 3D

Como o ambiente é tóxico (com gás sulfídrico), o tempo dentro da caverna é limitado.
Então, eles usaram:

  • Câmeras de alta resolução para registrar seções da teia;

  • Mapeamento fotogramétrico 3D, para calcular com precisão a área coberta;

  • Softwares de análise de imagem que contam os pontos de luz/reflexos dos corpos das aranhas em fotos ampliadas.

Essas imagens foram cruzadas com observações diretas para reduzir erros de superposição (duas aranhas muito próximas sendo contadas como uma, por exemplo).


🧬 3. Identificação de espécies por DNA

Fragmentos de teia e restos de presas foram coletados e analisados geneticamente. Isso serviu para:

  • Confirmar quais espécies estavam presentes;

  • Estimar proporção entre elas (cerca de 62% Tegenaria domestica e 38% Prinerigone vagans).

Essas proporções foram aplicadas à estimativa total de indivíduos.


📈 4. Margem de erro

Os próprios pesquisadores informaram uma margem de erro de ±10%, pois:

  • Há partes da caverna inacessíveis;

  • Algumas aranhas se escondem em fendas;

  • As teias se sobrepõem em camadas.

Ainda assim, o número total — cerca de 111 mil aranhas — é considerado estatisticamente robusto pela equipe, pois as amostras cobriram uma área suficiente para extrapolação confiável.


🧠 Curiosidade:

Esse método é muito parecido com o usado para estimar populações de:

  • Formigas e abelhas em colônias naturais;

  • Crustáceos em cavernas;

  • Peixes ou anfíbios em lagos subterrâneos.

Não se busca o número exato, e sim uma estimativa populacional confiável com base em densidade média e área total.


🕷️ Fontes consultadas

  1. The Independent (UK) – “Spider megacity discovered in toxic cave on Albania–Greece border”
    🔗 independent.co.uk

  2. Times of India – “World’s largest spider ‘megacity’: 111,000 spiders living together in a massive web inside a sulfur cave”
    🔗 timesofindia.indiatimes.com

  3. Mathrubhumi English – “Rare alliance of over 1 lakh spiders: A ‘megacity’ inside a toxic cave”
    🔗 english.mathrubhumi.com

  4. Türkiye Today – “Spiders weave record-breaking ‘megacity’ in sulfur cave on Albania–Greece border”
    🔗 turkiyetoday.com

  5. Phys.org – “Sulfur cave spiders form world’s largest arachnid megacity”
    🔗 phys.org

  6. Subterranean Biology (2025) – Artigo técnico da equipe de pesquisa que documentou a descoberta e a metodologia de contagem.



quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Zebra com bolinhas

 


Quem é Tira

– Tira é um filhote de Plains zebra (cientificamente Equus quagga) que foi fotografado na reserva Masai Mara National Reserve, no Quénia, em Setembro de 2019.
– Em vez das habituais listras pretas e brancas, Tira apresenta um padrão de bolinhas brancas sobre um fundo castanho-escuro ou quase preto.
– O nome “Tira” foi dado por um guia Maasai chamado Antony Tira, que o avistou.

Não encontrei nenhuma fonte confiável que confirme que a zebra Tira, o filhote avistado em 2019 na reserva Masai Mara National Reserve, no Quênia, ainda esteja viva.

Uma reportagem da National Geographic afirma que, para zebras com padrões tão atípicos, “o futuro é incerto” — por conta de fatores como maior visibilidade aos predadores, vulnerabilidade a moscas que transmitem doenças, etc.

Em diversas matérias, é destacado que não há confirmações de avistamentos recentes nem acompanhamento científico de Tira após o momento do registro inicial. Por exemplo, um site do Quênia afirma: “The whereabouts of the zebra is unknown as of 2022.” (O paradeiro da zebra é desconhecido até 2022)


Qual a causa desse padrão incomum?

– A condição é provavelmente uma mutação genética chamada pseudomelanismo, em que o padrão típico de listras de uma zebra é alterado de modo que a distribuição de melanina (o pigmento) fica irregular.
– Explicando com mais detalhe: nas zebras normais, células chamadas melanócitos produzem melanina e geram os padrões de cor-pelo. No caso de Tira, as células podem estar presentes, mas a melanina ou a sua distribuição não se comportaram como esperado — resultando nas manchas ou bolinhas em vez de listras.
– Em artigo da Wikipédia sobre zebras: “There have even been morphs with white spots on dark backgrounds” quando se referem a anomalias no padrão de listras. Isso dá suporte ao fato de que Tira entra nessa categoria mais rara.


Por que isso é importante / quais as implicações?

1. Evolução e função das listras
– As listras das zebras não são meramente estéticas — várias hipóteses científicas dizem que ajudam a:

  • confundir predadores;

  • regular a temperatura corporal;

  • repelir insectos (moscas e outros vetores).
    – No caso das zebras com padrão alterado (como Tira), pode haver desvantagens: por exemplo, pesquisadores observaram que “bitting flies don’t like landing on striped surfaces” — ou seja, sem o padrão típico de listras, o indivíduo pode estar mais vulnerável a picadas de insectos que transmitem doença.

2. Sobrevivência e prestígio do indivíduo
– Em sua reportagem, a bióloga Ren Larison (UCLA) observa que animais com aparência muito diferente podem ter menor taxa de sobrevivência, porque ficam mais visíveis para predadores ou porque falham em integrar-se ao grupo.
– Portanto, embora seja fascinante, o futuro de Tira pode estar em risco — não necessariamente por causa de “ser diferente”, mas por causa das consequências dessa diferença em termos de segurança, camuflagem, e saúde.

3. Pesquisa e conservação
– O registro de Tira ajuda os cientistas a entenderam melhor variações genéticas em zebras — tanto as normais quanto as anômalas. Isso ajuda na conservação e estudo da biodiversidade. 
– Também serve como um lembrete de que a genética da pelagem, padrão e cor em animais selvagens é mais complexa do que frequentemente se imagina.


Limitações / o que não sabemos ainda

– Não se sabe ainda se Tira conseguirá atingir a maturidade ou se terá total capacidade de integração à manada, reprodução, etc. A observação, até agora, se concentrou mais no fato curioso do padrão.
– Embora se fale de “primeiro registro em Masai Mara”, há relatos anteriores de zebras com padrões anormais ou manchas em outras regiões (por exemplo em Botswana) — então não é 100 % certo que seja único mundialmente
– A designação “pseudomelanismo” não é totalmente consensual ou bem-definida. Alguns geneticistas sugerem que termos como “spotted” ou “partially spotted” seriam mais precisos. 
– Falta de dados longitudinais: ainda não há estudos de longo prazo suficientes sobre esse indivíduo ou outros semelhantes para avaliar impactos reais em termos de saúde, reprodução e sobrevivência.


📚 Fontes utilizadas

  1. National Geographic

    • “This baby zebra was born with spots instead of stripes”
      👉 nationalgeographic.com
      (Fonte principal sobre a descoberta, fotos originais e explicação do pseudomelanismo.)

  2. Masai Mara Travel – Official site da reserva

    • “Tira, the polka dot zebra spotted in the Masai Mara”
      👉 masaimara.travel
      (Registro da equipe local, com descrição do avistamento e nome dado pelo guia Antony Tira.)

  3. Wikipedia (em inglês)

  4. Kenyans.co.ke

  5. Incredible Kenya Adventures


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